Pesquisar este blog

terça-feira, 15 de junho de 2010

Estilos de Bonsais

CHOKKAN - Ereto formal
Um tronco ereto, vertical, é basicamente o estilo CHOKKAN. Os galhos devem ser arranjados alternadamente um de cada lado com o terceiro sempre para a parte posterior da árvore. Os galhos irão diminuindo de tamanho a medida que ficam mais altos. É aceita uma pequena inclinação. Árvores mais velhas poderão ter os galhos rebaixados, enfatizando a idade da árvore que mostra sentir o peso dos anos que passaram. Para iniciar na Arte Bonsai todos deveriam começar com este estilo e, quando tiverem muitos anos praticando voltar a êle.

MOYOGI - Ereto informal

Esta é uma variação do estilo acima mas com a vantagem de ser muito mais fácil de esenvolver. A estrutura dos galhos deve seguir as mesmas condições comentadas acima mas o tronco fará algumas curvas. Os galhos devem sair da parte externa das curvas. O visual ficará mais harmônico se o ápice fizer uma pequena inclinação para frente, assim como uma reverência ao observador.

SHAKAN – Inclinado

Shakan, é uma outra variação do estilo CHOKKAN, com a diferença de que não é vertical e o tronco poderá ter algumas curvaturas ou seja, não é necessário ser reto. É importante observar que as raízes devem ter mais força no lado contrário da queda da árvore. Isto mostrará que a árvore se adequou para sustentar-se. O nebari, que é o ponto de encontro do tronco com o solo, é bastante significativo neste caso. Observe a figura acima. Este estilo ocorre com frequência na Natureza.

HAN-KENGAI - Semi-cascataEste estilo, Han-Kengai, é facilmente encontrado em precipícios montanhosos ou precipícios a beira-mar. Simboliza árvores que se agarram a uma face de precipício onde elas são castigadas pela neve e vento. O estilo cascata é muito popular na China. A regra que não ser quebrada é a de que o ponto mais baixo da árvore deve estar abaixo da borda do vaso mas, acima do fundo do vaso.

KENGAI – Cascata

O Kengai, tem as mesmas características do Han-Kengai. O estilo cascata é muito popular na China. Entretanto as cascatas japonesas tem a aparência mais suave comparada com as dramáticas cascatas chinesas. A regra que não pode ser quebrada, neste estilo, é a de que o ponto mais baixo da árvore tem que estar abaixo da base do vaso.

FUKINAGASHI - Varrido pelo vento

Embora perceba-se neste estilo um dos mais naturais apresenta também, por assim dizer, um efeito, drámatico. A árvore foi açoitada pelo vento durante muito tempo e seus galhos e mesmo seu tronco acompanham a direção do vento. Não existem regras para o desenho do tronco ou dos galhos e, por isto mesmo, esta liberdade faz com que seja difícil apresentar um trabalho harmonioso e agradável.
Na imagem abaixo, percebe-se o movimento do vento, contínuo. Estas condições são observadas facilmente no alto das montanhas ou nas regiões litorâneas.

BUNJING – Literati Este estilo objetiva representar a antiga caligrafia chinesa. Parece ser o único estilo que não tem uma representação na Natureza. O ponto central deste estilo está no tronco e em suas curvas. Os galhos estão limitados a parte final da árvore, delicados e sugestivos. O aspecto saudável das folhagens mostrará uma árvore bem cuidada. A palavra "Literati, é derivada da elite intelectual da antiga aristocracia chinesa. A criação deste estilo permite a liberdade de expressão do artista mas, é indicada apenas para os bonsaístas que já adquiriram o domínio de todos os outros estilos.


SOKAN - Tronco duplo
No estilo Sokan as raízes (o nebari) são as mesmas para os dois troncos diferentemente do que acontece no Estilo SOJU, onde as raízes de cada árvore são independentes. É um dos lindos estilos observados pela comparação que pode ser feita de dois parceiros trabalhando juntos. Um casal, a mãe e o filho. Dentro do estilo Sokan, as árvores poderão ter as características dos outros estilos como Moyogi, Shakan, etc.

SEKIJOJU - Raiz abraçada a rocha Este estilo é verificado em beira de rios e locais onde as rochas vão sendo desgastadas e deixando as raízes expostas que vão se desenvolvendo sobre as mesmas. É importante neste estilo que as raízes estejam bastante firmes na rocha e de forma natural. A árvore por si pode ter qualquer estilo, embora fique menos agradável o Estilo Vassoura (Hokidashi) e o Ereto formal (Chokkan).


HOKIDACHI – Vassoura Todos os galhos se iniciam a partir de um tronco vertical sendo subdivididos até seus pontos extremos. Considerado um dos estilos mais belos é também um dos mais delicados no arranjo da fina rede de pequenos galhos que se mostram no período do Inverno. Para este estilo as árvores
decíduas (Caducas) são as mais adequadas por terem, naturalmente, estas características.

YOSE UE – Floresta Este estilo pode conter a partir de 3 árvores. É importante observar que um bosque ou floresta com mais de 7 árvores dará mais veracidade ao estilo. A observação do número ímpar favorece a harmonia do conjunto. Para quantidades acima de 21 esta característica (Ímpar) torna-se desnecessária. É importante a colocação das árvores de maneira que se evidencie a profundidade e perpectiva. Olhando-se de frente não se deve deixar que um tronco se interponha a outro.

NEAGARI - Raiz exposta
É muito comum vermos em nosso País, nos mangues ou em beira de rios este estilo mostrado em toda a sua beleza. O solapamento das margens dos rios e mangues, pelas águas, vai expondo as raízes criando o Estilo raiz exposta. Quanto mais velhas estiverem as raízes, quanto mais dramático for o desenho da árvore, mais expressão se consegue no resultado deste estilo.

Fonte: Atelier do Bonsai.

Como Fazer Hormônio Enraizador


A tiririca concentram quantidades elevadas de ácido indolbutírico, um fitormônio específico para formação das raízes das plantas. Vamos usá-lo ao nosso favor fazendo um preparado para melhorar o enraizamento das nossas estacas.

Receita 1:
Colha um maço de tiririca, com a batata, e bata no liquidificador com água. Depois de pronto, basta colocar as estacas de molho nesse suco por 1 dia e plantar.

Receita 2:
1kg de tiririca com a batatinha e folhas; 250ml de álcool de cereais; 1l de água.
Moer ou macerar bem a tiririca (batatinha e folhas) e colocar na água durante 48 horas, em seguida, coar e colocar no álcool.
Para usar: coloque a estaca até a metade nesse liquido durante uns 2 minutos.
Esse preparado pode ser guardado em local fresco e ao abrigo da luz por até 30 dias.

Fonte: http://cheiro-de-mato.blogspot.com postado por zarboom.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mini Estufas de Garrafas Pet

Como fazer Mini estufas

Material - Uma garrafa “pet”de 2 litros transparente.


- Perfure a parte inferior para a drenagem d`água;

- preencha até próximo das bordas com o substrato adequado;

- plante as sementes ou as estacas pressionando suavemente o substrato a sua volta;

- corte a parte superior conforme a linha pontilhada para facilitar o encaixe das partes;

- encaixe as partes ( é indiferente se for por dentro ou por fora );
- cubra a abertura superior da garrafa com um chumaço de algodão sem apertar para facilitar a troca de gases.

Fonte: http://cheiro-de-mato.blogspot.com Postado por Zarboom

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A Fisiologia da Árvore e do Bonsai

Fisiologia da Árvore


A árvore é um ser vivo que pode ser comparado a um complexo industrial. Absorve do solo e do ar os elementos necessários, e com a energia do sol, através da fotossíntese, converte esses elementos em novas substâncias que são utilizadas pela planta para o seu crescimento, reprodução, reserva e manutenção. Este complexo pode ser dividido em várias partes interligadas, mas com funções específicas: raízes, tronco, galhos, folhas, flores, frutos e sementes.

Raízes
A raiz é o órgão dos vegetais superiores que os fixa no solo, absorvendo e transportando a água e os sais minerais do solo para as outras partes da planta. A raiz também estoca alimento processado (açúcar e amido) e produz hormônio. Na maioria das árvores jovens, a raiz pivotante (axial) é, geralmente predominante, principalmente em árvores produzidas a partir da semente. No caso de árvores produzidas por outros métodos, como a estaquia e a alporquia, a formação de raízes laterais é predominante. À medida que a árvore cresce, o sistema radicular se desenvolve em todas os sentidos. As raízes mais grossas são responsáveis pela fixação da árvore, pelo transporte de substâncias e pela estocagem de alimento, e as raízes mais finas, são responsáveis pela absorção e transporte da água e dos nutrientes presentes no solo. Numa raiz, da extremidade à base, encontramos sucessivamente as seguintes camadas:
 extremidade exploradora, que contorna pedregulhos, procura umidade, evita contato com tóxicos, etc., é revestida por uma coifa que a protege do desgaste;
 zona de crescimento, onde as células se multiplicam e se alongam;
 zona dos pêlos absorventes, com numerosos pêlos, unicelulares, responsáveis pela absorção da água e dos sais minerais;
 zona condutora, que contém os vasos nos quais circulam a seiva bruta (em direção às folhas) e a seiva elaborada, que alimenta a raiz ou é estocada.
As raízes geralmente vivem em simbiose com fungos (mycorrhizae). Estes fungos vivem ao redor das raízes, às vezes penetram nelas, auxiliando e aumentando a absorção na superfície das raízes. Eles podem tornar certos minerais acessíveis às raízes. Em compensação, o fungo obtém energia dos alimentos estocados na raiz. Esta associação da planta com o fungo específico é muito importante para o desenvolvimento e para a saúde da planta.

Troncos e Galhos
O tronco é o caule, parte entre as raízes e os galhos. Os galhos brotam do tronco, se ramificam e geralmente neles brotam as folhas e flores (que também brotam no tronco). O tronco e os galhos exercem diversas funções, sustentam e posicionam a copa e transportam a água e os sais minerais extraídos pelas raízes (seiva bruta) até as folhas, e redistribuem as substâncias transformadas pelas folhas (seiva elaborada) para todas as partes da árvore e estocam reservas. O tronco e os galhos podem ser divididos nas seguintes seções:
 a casca, que é a camada externa da árvore e consiste num tecido de cortiça que conserva a umidade e protege as camadas internas da madeira contra insetos, vento, frio, calor e contra ferimentos;
 líber (Floema), conduz a seiva elaborada das folhas para outras partes da árvore, indo até a raiz;
 o cambio, composto por uma fina camada entre o lenho e o líber, produz células destas duas camadas e é responsável pelo crescimento no diâmetro do tronco e dos galhos. Quando a árvore é ferida ou quando um galho quebra, as células do cambio gradualmente formam um calo, cicatrizando e eventualmente fechando a ferida, produz novas brotações de galhos e raízes;
 lenho (xilema), madeira fisiologicamente ativa que transporta a seiva bruta das raízes para as folhas, e também armazena substâncias elaboradas pelas folhas. Esta camada está localizada entre o cambio e o cerne;
 cerne, madeira fisiologicamente inativa e dura, localizada na parte central do tronco e dos galhos, cuja finalidade é a de sustentar a árvore.

Folhas
A folha é o órgão vegetal responsável pela fotossíntese, pela respiração e pela síntese de diversas substâncias como enzimas e hormônios. Além disso, as folhas transpiram água, protegendo-as do calor excessivo e permitindo o movimento de ascensão da seiva bruta. Os tecidos das folhas são altamente especializados, sendo compostos por células contendo vários pigmentos. A clorofila, que é um de seus pigmentos, só é formada na presença de luz. Ela está contida nos cloroplastos e tem a capacidade de capturar a energia da luz e usá-la através de complexas reações fotoquímicas, convertendo o dióxido de carbono (CO2) obtido da atmosfera e os nutrientes, absorvidos no solo pelas raízes ou na atmosfera, pelas próprias folhas, em compostos orgânicos como açúcar e amido.
As folhas se apresentam em diversos formatos, tamanhos, cores e texturas. A disposição das folhas nos caules e ramos pode ser chamada alternada, se cada nó tem apenas uma folha; oposta, se cada nó tem duas folhas inseridas face a face; verticulada, se cada nó tem mais de duas folhas. Elas também podem estar agrupadas todas na base (folhas em roseta) ou surgir em tufos, nos nós espaçados de um rizoma. As folhas podem se apresentar quase verticais e com duas faces iguais, como nas monocotiledôneas, ou estenderem-se horizontalmente, como nas outras plantas vasculares. Neste caso, a face superior, mais clara, em geral, é recoberta por uma cutícula protetora, desprovida de aberturas e caracterizada pelo aspecto em paliçada de suas fileiras clorofilianas (tecido paliçádico) e pela cor de um verse intenso. A face inferior, que fica na sombra, tem numerosos orifícios (estômatos), sede das trocas gasosas, e fileiras celulares, lacunosas e menos ricas em clorofila, dão-lhe coloração mais pálida. As folhas podem ser caducas, geralmente descolorindo e caindo no período mais frio do ano (outono ou inverno), ou podem ser sempre verdes, e intactas por todo ano. As folhas sempre verdes também caem, mas duram por um período maior, que pode chegar a alguns anos. Após caírem, as folhas são decompostas por bactérias e fungos, enriquecendo o solo com elementos necessários à planta, num ciclo autônomo e contínuo.

Flores, frutos e sementes
A flor é o órgão das plantas que contém os aparelhos reprodutores. As flores podem variar em sua forma, cor, odor, tamanho e pode ser completa ou não. Uma flor completa é formada por quatro vertículos ou uma série de peças semelhantes: cálice, corola, gineceu e androceu.
O cálice é formado por peças chamadas sépalas, que geralmente são verdes. A corola é formada pelas pétalas, que em geral são coloridas. O conjunto formado pelo cálice (sépalas) e pela corola (pétalas) recebe o nome de perianto ou invólucro floral, e desempenha papel protetor. O androceu é formado pelos estames, cada qual composto por um filete que sustenta a antera, órgão reprodutor masculino, de onde provem o pólen. O gineceu ou pistilo é constituído pelos carpelos, terminado em estigmas, formando o órgão reprodutor feminino, cuja parte inferior (ovário) contém os óvulos. Se o gineceu ou o androceu tiverem alguma imperfeição, tem-se flores unissexuadas, masculinas ou femininas. A espécie é monóica se a planta apresentar flores de ambos os sexos, e dióica, no caso de apresentar apenas um.
Na origem de cada flor existe um botão floral, onde o cálice envolve e protege as demais peças. Quando a flor se abre, fica exposta a ação do vento, da chuva, das aves ou dos insetos, que transportam o pólen, realizando a fecundação do óvulo da própria flor ou de outra flor da mesma espécie. O ovário se desenvolve formando o fruto e os óvulos se transformam em sementes, as demais peças, em geral, morrem.
O fruto é o órgão vegetal resultante do desenvolvimento do ovário, depois da fecundação dos óvulos, que contém ou estão ligados às sementes. O fruto serve de órgão de proteção, reserva de água e sais minerais, durante o desenvolvimento das sementes e depois participa na sua disseminação.
A semente é o órgão que resulta da fecundação e desenvolvimento do óvulo e que está apta, depois da germinação, a reproduzir um novo indivíduo. A semente é portada por uma escama fértil, no caso das gimnospermas, ou encerrada num fruto, no caso das angiospermas. A semente compreende uma membrana, ou tegumento, e uma amêndoa. Certas sementes, após serem disseminadas, podem estar aptas a germinar, mas outras, no entanto, passam por um período de dormência antes de germinar.


Fisiologia do Bonsai
O Bonsai é uma árvore plantada em uma bandeja, cujo desenvolvimento não é interrompido, mas sim controlado e guiado de forma a se obter uma árvore saudável e estilizada. A estrutura física do Bonsai é igual a da árvore na natureza, mas o mecanismo do Bonsai é diferente, e por isso são necessárias técnicas adequadas para se obter às proporções e os objetivos desejados.

Raízes
As raízes das plantas, na natureza, crescem e se desenvolvem de acordo com as necessidades da planta e as condições do terreno, mas no caso do Bonsai, a árvore está confinada em uma bandeja rasa, com dimensões limitadas. A raiz, nessas condições tem seu crescimento restrito e conseqüentemente, o resto da planta tem seu desenvolvimento alterado.
Na natureza, grande parte das raízes serve para fixar a árvore no solo, enquanto nos Bonsai, as raízes de fixação podem ser reduzidas drasticamente. Esta poda de raiz é muito importante, pois promove a renovação da estrutura radicular da planta. Reduzindo-se a massa de raízes mais velhas no vaso, proporciona-se mais espaço para que as raízes novas e vigorosas se desenvolvam. Estas raízes novas e finas têm mais capacidade de absorver a água e os sais minerais, e, conseqüentemente, tornam a planta mais saudável. Na natureza, as árvores velhas apresentam muitas raízes superficiais, por causa da erosão, e no Bonsai este efeito deve ser buscado, expondo-se as raízes mais grossas.

Troncos e galhos
Os troncos e galhos das árvores na natureza têm seu crescimento e desenvolvimento determinado pela necessidade de se tirar o máximo de proveito da luz do sol e para superar outras árvores na competição por este espaço. Seu formato, direção e textura também sofrem influência das forças da natureza, como o vento, a chuva, os raios ou outros danos físicos, causados, por exemplo, por animais. Uma árvore plantada em uma bandeja parecerá apenas um arbusto se não for trabalhada através de diversas técnicas, como a poda e a aramação, para que se consiga o efeito da ação da natureza sobre a árvore.

Folhas
As folhas realizam as mesmas atividades tanto nas árvores plantadas no solo, como nos Bonsai, mas nestes, elas têm que estar localizadas, posicionadas, em quantidade e tamanho necessários para atender tanto a função fisiológica como a estética.
O tamanho, a quantidade, a localização e posição das folhas dependem, entre outros fatores, da água, dos nutrientes e da luz, que devem estar a disposição da planta de forma balanceada. Não há uma regra geral, uma vez que as necessidades variam de acordo com o clima, entre as diferentes espécies e estágio de desenvolvimento da planta. Porém, para se obter folhas menores, pode-se alterar a quantidade e freqüência da rega, da adubação e a exposição à luz. Para se obter os resultados pretendidos, também se usam a poda de folhas, ramos e galhos. A desfolha é uma técnica usada para se conseguir folhas menores e para controlar a grossura dos galhos.
As folhas refletem o estado de saúde da árvore. Quando estão inteiras, viçosas, se desenvolvendo bem, é sinal de que a planta, normalmente, está em boas condições, mas, no caso de apresentarem defeitos, manchas ou outros sinais, indica que algum problema pode estar acontecendo. Nas árvores de folhas caducas estes sintomas se apresentam rapidamente, enquanto na coníferas, demoram um pouco mais.

Flores, frutos e sementes
Assim como nas árvores plantadas no solo, podemos utilizar esta forma de reprodução para conseguir novas plantas, principalmente no caso de plantas difíceis de encontrar ou reproduzir de outra forma. Mas no Bonsai a principal função é estética. Deve-se controlar, através da poda, a quantidade e a localização, lembrando que uma quantidade muito grande pode sobrecarregar a planta.


Matéria de Lucas Cardoso Pittella

Tutorial para Iniciantes

Comprei um bonsai no mercado, o que fazer?

Geralmente o primeiro contato com o mundo do bonsai ocorre com uma destas simpáticas plantinhas, eis um exemplo:


Este tipo de planta leva um nome pejorativo, o Mausai, resumindo seria o contrário de um Bonsai.

Muito bem, agora é só esperar e ele vai ficar assim:


Certo?

Errado! mas por que errado? Pelo simples fato que um bonsai se mantém relativamente estático em um recipiente confinado, a distância entre uma muda (mausai) e um real bonsai, não é apenas a idade. É inclusive possível que um lindo bonsai seja mais novo que uma planta com aspecto de mausai! O que realmente difere as duas é a técnica empregada em seu cultivo.

Muito bem, eu sei podar, sei aramar, sei adubar, mas minha planta nunca cresce e toma forma de planta adulta, madura ou velha...

Para que possamos trabalhar em uma planta, precisamos ter com o que trabalhar! uma muda com poucas folhas não deve ser mexida, devemos sim trabalhar com plantas vigorosas, cheias de folhas, ramos e brotos!

Mas meu "bonsai" continua sempre do mesmo jeito, eu podo um pouco aqui, um pouco ali, e ele não muda nunca!

A primeira idéia é adubar a planta, achando que esta é a solução, mas esquecemos que vegetais são completamente diferentes de animais! O que nutre uma planta é a fotossíntese, realizada em suas folhas! o adubo é sempre um pedaço de carne nesse prato, mas o feijão com arroz é a água e a luz! E por esta razão que não se deve ficar podando uma mudinha, sempre que tiramos uma folha, ela perde sua comida!

Status quo: Se a planta precisa de folhas para crescer, e o bonsai precisa de poda para se formar, como saber quando fazer cada coisa? podar ou deixar crescer? Bem, isto se aprende com a prática, temos que achar o equilíbrio, descobrir quando podemos trabalhar a planta sem matá-la ou debilitá-la. Uma dica é observar as brotações, quando a planta emite brotação vigorosa é porque ela possui boas reservas energéticas, e é um bom momento para podar, pois ela vai reagir rapidamente. Transplantou? aramou? podou? esqueça a planta! não volte a fazer qualquer coisa em pelo menos 6 meses! Quanto maior o distúrbio, piores as chances de recuperação.

Mas todos dizem para podar, pinçar, reduzir o tamanho das folhas! isto não é uma contradição?

Não, estas dicas são para bonsai com sua estrutura pronta, são medidas de conservação e manutenção, não se aplicam para plantas em treinamento!

POUPANDO TEMPO

Existe um atalho neste processo, e é bem simples, basta aprender a escolher o material com que vai trabalhar! Trabalhar com mudinhas e sementes é muito romântico, eu mesmo adoro, mas deve ficar bem claro que este é o caminho longo, e todos sabemos que os iniciantes são ávidos por resultados rápidos, portanto, para eles, eis o atalho:

Aprenda a escolher seu material! leitura recomendada:
http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?t=12801 - Lixo Para a Janta - Walter Pall

- Viveiros: procure viveiros de mudas, não precisa ser viveiro dedicado a bonsai, em qualquer deles é possível encontrar plantas com bom calibre de tronco e formatos interessantes, começar com um bom material te poupa muito tempo. Outra vantagem deste procedimento é a facilidade e o custo, a planta já se encontra em um recipiente e se for sadia pode ser trabalhada imediatamente.

- Yamadori: A coleta de plantas é outra maneira de pular algumas etapas no processo de formação de bonsai, as plantas mais famosas no mundo são fruto do yamadori. Tome sempre alguns cuidados, obtenha a autorização do proprietário da área, em caso de plantas nativas, busque autorização do órgão ambiental local, na pior das hipóteses terá que realizar uma compensação ambiental, mas não irá correr risco de se complicar. Sempre tome uma atitude sensata, queremos que a imagem do bonsai seja relacionada com a preservação, e não com a depredação de nosso ambiente.


O ESCORREDOR + MAMADEIRA

Mas e agora? como faço para minha planta adquirir tamanho e vigor?

Eis 3 opções:
- Plante no chão e deixe por 1-3 anos.
- Vá aumentando o tamanho do recipiente conforme as raízes vão crescendo
- Escorredor + Mamadeira




Esta é a receita mais copiada por aqui, mas muita gente não consegue entender exatamente qual a vantagem do procedimento. Vou explicar alguns pontos:

O substrato tem dois grandes parâmetros desejados, PERMEABILIDADE e NUTRIÇÃO. Não existe substrato perfeito, mas podemos tentar obter o melhor possível para cada parâmetro desejado.

PERMEABILIDADE: Tem relação com as características físicas do substrato, granulometria, densidade, porosidade. Imagine a areia como sendo muito permeável e a argila nada permeável. Mas por que ela é importante? porque a permeabilidade possibilita a oxigenação das raízes e suas trocas gasosas (as raízes também precisam respirar), e também facilitam seu crescimento pois as raízes tem por onde expandir.

NUTRIÇÃO: Este parâmetro é mais obvio, tem relação com a composição química, orgânica e capacidade de nutrição para a planta.


Normalmente isto é ignorado, vemos substratos que parecem um bloco de cimento, e mesmo adubando diariamente, a planta não consegue se desenvolver. Para estacas, mudas novas, mudas que devem enraizar, dê preferência para substrato muito drenantes, sem se preocupar tanto com a nutrição. Um exemplo ótimo é o areião (areia fina de jeito nenhum!), ou caco de telha (desde que não seja pó de telha, atenção para a granulometria).

Plantas já enraizadas e sadias, dê preferência para substratos com maior carga nutritiva, húmus, adubo orgânico, esterco, etc..

O conjunto escorredor+mamadeira é exatamente isso, no escorredor temos substrato extremamente drenante para o desenvolvimento pleno de raízes e na mamadeira, terra vegetal e muito adubo orgânico, para então dar a nutrição da planta.

Em bonsai acabados é necessário chegar a uma mistura intermediária.


O APRENDIZADO

Muito mais importante que tudo isto que foi mencionado, o aprendizado deve ocorrer permanentemente, está ansioso para trabalhar suas plantas, mas elas ainda não cresceram suficiente, fique estudando enquanto isso, aproveite o tempo para adquirir mais conhecimento. Melhor do que ficar perguntando no forum o que fazer com mudinhas franzinas, procure artigos e matérias, são um meio bem mais robusto de absorver conhecimento. Pitaco todos são capazes de dar, opiniões furadas também, artigos não! Se escrever algo errado, alguma inverdade, a crítica é sempre mais pesada, mas este é de fato o objetivo, é errando, descobrindo onde errou, e reparando o erro, que nos aperfeiçoamos! Enquanto aceitamos "muito bonita", "ótima planta", "tem um bom futuro", não saímos do lugar! é só caindo do cavalo que se aprende a galopar!

Autor: Arzivenko - Fonte: http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?t=14359&postdays=0&postorder=asc&start=0

BONSAI-DO - O Caminho do Bonsai


Um bonsai é em essência uma miniatura de uma bela e antiga árvore conseguida através de normas e técnicas aplicadas. É algo como uma redução em escala, respeitando a sua naturalidade, simplicidade, simetria e harmonia.

Esta arte é regida por regras matemáticas e também por regras ligadas à filosofia Zen. Esta filosofia permeia toda a vida do povo Oriental, é uma maneira de viver e pensar e parte importante da sua religião.



A contemplação ao bonsai ou a uma árvore que está sendo trabalhada é um verdadeiro exercício de meditação que conduz ao relaxamento, descanso e equilíbrio mental e ao auto conhecimento. E traz o homem à verdadeira dimensão do ser humano.



Pode ate passar despercebido, mas quando nos entregamos realmente ao bonsai, com amor e pureza de espírito, trabalhamos e desenvolvemos algumas virtudes:

• Paciência: no Bonsai não pode haver pressa, uma coisa de cada vez e cada coisa no seu devido tempo. Tudo é lento, quase ritualístico e estamos sempre aprimorando e corrigindo alguma coisa.
Essa paciência é o melhor antídoto para a corrida e o estresse que vivemos hoje.

• Humildade: No bonsai, sempre se respeita o Mestre e se tem deferência para com os colegas e alunos. Nós nunca sabemos o suficiente e quanto mais aprendemos mais temos a aprender. E uma coisa é certa, sempre seremos inferiores à sabedoria e às forças da natureza.

• Disciplina: No bonsai nada é por acaso, suas regras são rígidas e severas, tudo é matemática e nada é deixado ao acaso. Sem seguir as regras não terá um bom Bonsai

• Observação: Observando e aprendendo com a natureza, com suas regras imutáveis, vamos aprender também a compreender os outros, especialmente a nós mesmos, juntamente com tudo que nos cerca. A Natureza, além de ser nossa principal fonte de inspiração, também é nossa principal Mestra, basta a observarmos.

• Meditação: Sempre devemos procurar analisar profundamente uma árvore antes de iniciarmos o trabalho. Essa reflexão é crucial para que possamos extrair da dela toda a beleza e potencial que ela nos dispõe.

• Estudo: O estudo é um dever e um compromisso que todo bonsaista deve levar a sério. É fundamental que quando se trabalhe uma árvore o faça sem erros e com conhecimento suficiente para que não a coloque em risco.

• Respeito pela natureza: Ela é nosso maior e melhor mestre e a maior representação divina.

• Respeito a nós mesmos e ao próximo: Respeitar a nos mesmo é respeitar ao Deus que nos habita. Não podemos respeitar e amar o próximo se não respeitamos e amamos a nós mesmos. Educação, gentileza e delicadeza sempre são muito bem vindas, principalmente em se tratando de pessoas que tem uma sensibilidade tão aguçada como é o caso das pessoas que se atraem por essa arte.

Muito se fala na parte técnica e artística do bonsai e às vezes deixamos de lado ou simplesmente não abordamos a sua parte filosófica e espiritual.

Como se trata de uma arte zen, dificilmente se consegue um trabalho de alto nível técnico se não tivermos equilíbrio entre a parte espiritual, artística e cultivo.


O que tenho observado, não só no Brasil é que as pessoas se preocupam excessivamente com a parte estética e ignora o fato de que bonsai não é só a planta que tem que ser modelada.


Trata-se de uma via de mão dupla, você modela a árvore e árvore te modela. Essa é a essência da arte. Na realidade o Caminho do Bonsai “Bonsai Do” consiste basicamente no relacionamento que temos com árvore, independente de seu valor, idade ou beleza, e no relacionamento com as pessoas que fazem parte do nosso caminho. Isso sim é o que importa.



Texto retirado do Blog http://rockjr.projetobonsai.com , do Bonsaista Rock Jr.


Minha primeira postagem foi para mostrar toda a essência da arte Bonsai e suas virtudes.